Saudades de ti...de mim... de nós

Tanto tempo sem escrever com tanto por dizer, posso começar por “esta vida é cruel demais”…  perdi tanta coisa em tão pouco tempo, quando me recomponho de um tombo lá vem outro ainda maior… perdi o meu porto seguro, a minha segurança, aquele que podia não estar presente mas que estava sempre presente… Foram anos de batalha… lutou com todas as forças e mais não sei porque as batalhas interiores guardava-as só para ele… tentei estar sempre presente, satisfazer todas as vontades e ainda hoje me pergunto se foi o suficiente… para mim nunca vai ser… queria ter mais oportunidades, aproveitar-te mais… rir mais, jantar mais, almoçar mais, jogar mais cartas e dominó, fazer mais sobremesas, passear-mos mais, falar mais, conversar mais, fazer mais companhia…queria tantos “mais”… não foi o suficiente gostava de ter mais tempo… coisa que não tenho.. num momento de lucidez mais profunda na cama do hospital perguntas-te: “ O que vai ser de vocês?!”… Não sei… um pouco de nós também desapareceu… o que era não vai voltar a ser, nada vai ser igual.. Até entar em casa já não é a mesma coisa… tenho de olhar sempre para o sofá na esperança de ainda estares lá… todos os dias me lembro de ti, todos os dias espero o teu telefonema à hora de almoço a pedires, o Grants ou as Tuck’s de Bacon.. ainda telefono para o teu número, não sei porque, sei que não estas desse lado, mas não sei… angustia sei lá.. Ainda tinha tanto para viver contigo, deixaste-me a meio, faltava a outra parte da minha vida… sei que não eras eterno mas mais uns anos pelo menos até teres a oportunidade de te chamarem avô… Podia ser diferente mas não é… porque nós até que tínhamos uma relação bem próxima… nada de muito carinhoso e amoroso devias ser alérgico, mas mais discreto como quem não quer a coisa…  seja como for tinhas o teu jeito de dizer e demostrar e eu entendia na perfeição..sinto-me orgulhosa porque deixaste-me os teus valores e o mau feitio também, mas disso não sinto orgulho óbvio… era o que eras, frontal, direto sem meias palavras, marcas-te pela positiva e ás vezes pela negativa, mas sei bem que quem te recorda recorda-te pela pessoa integra que eras, capaz de ver as coisas com os pés bem assentes no chão, com força e coragem e com personalidade e isso é muito bom… enfim seis meses já lá vão desde a última vez que te vi e falei contigo…agora sinto a tua falta com muitas saudades, são tantas que por vezes não me cabem cá dentro e transbordam pelos meus olhos, sem eu ter qualquer controlo nisso… não gosto das noites, porque é quando elas vêm com mais intensidade..e pronto só me resta isso… mas como diz o F. vai preparando ai as coisas que qualquer dia encontramo-nos outra vez para uma grande festança… sinto tanto a tua falta… PAI

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