Dia Mundial do Livro

Hoje dia 23/Abril, comemora-se o Dia Mundial do Livro por isso vou deixar aqui dois excertos do livro que ainda estou a ler =)
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" ...Não quero insultar ninguém ao estabelecer uma comparação entre mim e o povo siciliano há muito martirizado. As tragédias na minha vida têm sido de natureza pessoal, criadas em grande parte por mim própria, e não epicamente opressivas. Passei por um divórcio e uma depressão, e não por séculos de tirania assassina.
Tive uma crise de identidade, mas também tinha os recursos (financeiros, artísticos, emocionais) para tentar resolvê-la.
Ainda assim, direi que a mesma coisa que ajudou gerações de sicilianos a manterem a sua dignidade ajudou-me a começar a reparar a minha - nomeadamente a ideia de que a apreciação do prazer pode ser uma âncora para a nossa humanidade.
Creio que era isto que Goethe queria dizer quando afirmava que tínhamos de ir ali, à sicília, para compreendermos a itália. E suponho que foi isto que instintivamente senti quando decidi que precisava de vir aqui, a itália, para tentar compreender-me.
Foi dentro de uma banheira em nova iorque, a ler em voz alta um dicionário de italiano, que comecei a remendar a minha alma. A minha vida estava feita em pedaços e tinha tanta dificuldade em reconhecer-me que provavelmente não teria conseguido identificar-me num alinhamento policial.
Mas senti um lampejo de felicidade quando comecei a estudar italiano.
E quando se pressente a mais remota hipótese de felicidade depois de tempos tão negros, devemos agarrá-la pelos tornozelos e não a largar até que ela nos arraste e tire da lama - isto não é egoísmo, mas obrigação.se nos foi dado o dom da vida, é nosso dever (e também nosso direito enquanto seres humanos) encontrar algo de belo nessa vida, por mais insignificante que seja..."
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“...Quando nos perdemos em bosques sombrios como estes, por vezes levamos algum tempo a perceber que nos perdemos. Ficamos convencidos de que nos desviámos apenas alguns passos da nossa rota e que a qualquer momento voltaremos a encontrar o caminho certo. Depois, a noite cai dia após dia e continuamos sem fazer ideia do sítio onde estamos.
É nessa altura que admitimos ter-nos desviado tanto do caminho que já nem sabemos onde nasce o Sol...”
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“Comer, Orar, Amar” de Elizabeth Gilbert

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