As gavetas do meu coração...

Hoje tirei o restinho da minha noite para arrumar as minhas gavetas… acabei por não arruma-las, pois quando comecei a tirar as coisas para dividir o que era bom e o que era mau, apercebi-me que as minhas gavetas estão cheia de recordações, descobri bilhetes de cinema, bilhetes de metro, bilhetes de futebol, petalas de flores, sim porque tinha pena de as deitar fora, recadinho só a dizer “amo-te” fotografias, poemas de amor que não tem graça nenhuma mas que me tocaram tanto…” uma risca vermelha num copo de aguardente um beijo da namorada e fica o **** contente”.. Impossível não ficar com um sorriso nos lábios a ver tudo isto e a recordar cada momento…Gosto tanto de ver tudo e de recordar cada um, um de cada vez, ao pormenor... Cada palavra, cada toque, cada cheiro, cada aroma ou mesmo cada sabor... Tocar nestas coisinhas faz-me recuar até aquele instante...
Faz-me rir e faz-me chorar.
Faz-me pensar e ver como fui tola ou pateta, inocente ou audaz, esperta ou burra... Faz-me ter o desejo estar lá de novo, fazer tudo igual e aproveitar da mesma forma... Porque enquanto foi bom, posso dizer que foi mesmo muito bom…
Ai, tão bom recordar esse tempo... ser adolescente, não ter responsabilidades, ainda viver na inocência de um mundo perfeito… onde era tudo um mar de rosas, onde os problemas maiores eram apenas as borbulhas no rosto, os namorados ou não saber o que vestir..
Agora vivo o presente, e vou recordando o passado e confesso que de certo modo receio o futuro, sim receio, porque já vivi coisas tão boas de uma maneira formidável que tenho medo de nunca mais sentir aquilo que já senti outrora.
Por isso vivo o dia-a-dia, ganhando forças no ontem, para enfrentar o amanhã.
Vivo, porque enquanto viver fica tudo em aberto...

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